Quando chego a uma cidade e:Todo mundo está de colete salva-vidas (a qualquer momento pode dar uma enchente). A população é formada por nordestinos, chineses e italianos. Todo mundo está comendo pizza. O trânsito não se move, exceto as motocas dos motoboys. Todo mundo está na Rua 25 de Maio.
Já sei, estou em São Paulo.
Todo mundo ouve música sertaneja (nas caminhonetes o som é elevado à quinta potência). Os ciclistas retiram o assento e sentam no bagageiro da bicicleta (é a última moda). Em cada quarteirão tem um bar ou tem um quiosque de cachorro quente prensado.
Já sei, estou em Maringá.
Todo mundo fala chiado, parece que todas as palavras têm "s". O santo protetor da cidade chama-se Cristo Redentor. Praia para esses cidadãos é como alimento que não pode faltar no dia-a-dia. Dizer que o termômetro marca 40º é orgulho. Parece que só tem dois times na cidade, Flamengo e Botafogo, e o mundo todo tem que conhecer esses times. Para eles quem não gosta de samba é doente da cabeça.
Já sei, estou no Rio de Janeiro.
Todo mundo sabe tudo. Tudo o que tem na cidade é de qualidade. A solução para os problemas de trânsito no mundo se resolve fazendo canaletas de ônibus expresso. A melhor comida do mundo está no bairro Santa Felicidade. Orgulho para esse povo é coisa que não existe, pois eles têm o que há de melhor no mundo e o que eles não gostam ninguém pode gostar. A cultura do Brasil está condensada nessa cidade (segundo eles).
Já sei, estou em Curitiba.
Quando você for à Buenos Aires, verá que é lá que tem tudo isso na mesma cidade (de acordo com os portenhos, pois o resto dos argentinos nada tem, ainda de acordo com os portenhos).
Mas tem uma verdade nessa constatação: gosto de todas elas.
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