sexta-feira, 17 de junho de 2011

Procuras por alguém?

Quando o Marcio chegou com aquela panela de pressão, sentimo-nos aliviados. A fome pedia um jantar mesmo que fosse simples. Ao abrir a panela um uníssono: Ohhh! Frango cozido com batatas.  E o Marcio novamente nos surpreendeu quando abriu um litro de vinho tinto. Vi mais alegria no rosto dos companheiros. Pudera, era o segundo dia de caminhada e havíamos feito 23km naquele friorento dia de julho. Quando subimos a Serra dos Lima à tardinha, as palavras soavam com curiosidade a respeito da hospedaria. Sabíamos de antemão que nosso pernoite seria em um local improvisado, mas não podíamos imaginar uma surpreendente hospitalidade.

Cáritas, a esposa do Marcio, ao nos receber em sua modesta residência alertou-nos para o fato de que dormiríamos em um alojamento improvisado em uma antiga escola rural, localizada 500metros adiante. Cansados e com fome - característica dos caminhantes -, indagamos sobre um local para fazer refeição. Claro, na Serra dos Lima não há nada, a não ser a casa do Marcio, uma igrejinha e a escola desativada. Antes que o desespero nos atingisse, Cáritas tomou a iniciativa de propor um modesto jantar.

Agora recordo tão rico momento e sei que nada daquilo era simples ou modesto, era o que necessitávamos. São momentos que nos marcam para sempre. Para o Marcio não era surpresa receber um grupo de caminhantes. Todos os dias passa por lá, gente com diferentes propósitos, mas, nos disse alarmado que um em especial lhe chamou a atenção, quando teria dito que “estava fazendo uma caminhada procurando ele mesmo”. Marcio, que sempre viveu na Serra dos Lima não conseguia compreender aquele homem e indagou se estávamos também procurando alguém...
Rui M. Carneiro

Um comentário:

  1. Oiee!!
    Cada um tem um jeito de promover o autoenconro de maneira característica, como sempre digo cada um com seu cada um, coisas da vida!
    Bom fds!
    Bjs♥

    ResponderExcluir