sábado, 17 de maio de 2014

O homem que nunca teve barco


              Toda vez que tem oportunidade, contempla o mar agradecendo aos deuses mitológicos. Já passeou de barco pela baía, já experimentou o sabor da opulência de um iate, passeara de catamarã no grande lago, fizera passeio de escuna, inclusive já remara um caiaque, mas continua com o misterioso prazer em tê-los por perto.

                      Sua câmera fotográfica quase que involuntariamente aponta para esses meios de transporte, não exatamente no sentido de meio de transporte, mas como um ser que necessita estar presente, mesmo que inerte. Algo que deva estar ali, pelo simples motivo de fazer parte integrante das imagens. Estão ali para compor o quadro, em muitos casos a importância deles é tamanha que se tornam o objetivo do foco, estão em pose para os registros fotográficos.


                     Passa longos momentos admirando a partida e a chegada de pescadores em suas canoas, mas ele nunca foi dono de um barco e permanece uma estranha sensação de que não possa ter a liberdade de admirar esses seres se acaso tiver um em sua propriedade. 

Rui Morel Carneiro

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